
🤱🏻 A frase que minha mãe me disse (e como ela me salvou do vitimismo)
1 de nov. de 2025
Houve um tempo em que eu só sentava para escrever quando estava no meio de algum caos. Era uma espécie de terapia para as dores de ser um empresário de 20 e poucos anos. Hoje, a motivação é outra. Escrevo do melhor momento da minha vida, não para desabafar, mas para te entregar um mapa que me ajudou a chegar até aqui.
Quando analiso meu passado, vejo que tive vantagens competitivas em relação a outros jovens. E não, não estou falando de dinheiro. Foi algo muito mais valioso.
Minha mãe tinha uma preocupação quase obsessiva com quem eu andava. Ela sabia, na alma, o que está escrito em 1 Coríntios 15:33: "Não se deixem enganar: as más companhias corrompem os bons costumes." Cada amigo que eu trazia para casa era analisado. Cada lugar que eu queria ir era questionado. Ela não estava sendo chata; estava sendo uma guardiã feroz do meu ambiente, garantindo que eu estivesse em um "ambiente de alto contágio", cercado de bons valores e disciplina.
Comigo, tudo era sistematizado. Horário para dormir, acordar, comer. Eu não entendia. Mas hoje vejo que ela estava construindo em mim uma estrutura interna, uma disciplina que se tornaria a base para tudo. Ela não estava me criando para o presente, estava me forjando para o futuro. Um dia, ela me disse algo que se tornou um pilar na minha vida, uma frase que ecoa na minha mente até hoje. Mas sobre isso, eu te conto no final.
O choque: quando seu ambiente te sabota
Em 2019, as coisas apertaram em casa. Nunca passei fome, graças a Deus. Nunca sobrou, mas também nunca faltou. Eu estudava em um colégio bom, talvez o terceiro melhor da cidade. No meio do ano, meus pais me chamaram para uma conversa e me deram a notícia: eu teria que ir para uma escola pública.
Foi o meu primeiro grande choque de realidade.
Aquele ambiente me engoliu. Pessoas com histórias de vida completamente diferentes, muitos já entregues às drogas, outros sem qualquer perspectiva. Eu, que sempre estive numa bolha, me senti perdido. Comecei a ficar rebelde, a perder o interesse pelas coisas. Meus pais chegaram a me levar no psicólogo.
Eu tinha o roteiro perfeito para o vitimismo. Poderia culpar a crise, meus pais, o sistema. Poderia ter me afundado e usado aquilo como desculpa para o resto da vida.
Mas o que isso adiantaria?
Decidi canalizar aquela raiva. Transformei o sentimento de humilhação em combustível para fazer dinheiro. Sabia que era a única saída. Comecei a devorar conteúdo nos finais de semana, a me dedicar como nunca. Fui para a rua vender palha italiana de casa em casa, cone trufado. Cheguei a vender bala no semáforo (Essa confesso que fui só uma vez, porque meus pais ficaram putos.) Mas aquela única vez, olhando para trás, me ensinou mais do que um ano inteiro na escola. Eu sempre fui inconformado com as coisas, nunca aceitei o óbvio.
Foi isso que me deu casca. Foi isso que construiu o no-hall que eu tenho hoje.
Foi nesse fundo do poço que entendi, na prática, a diferença brutal entre movimento e ação.
Reclamar é movimento. Culpar os outros é movimento. Planejar sem executar é movimento. Movimento te dá a sensação de que você está fazendo algo, mas você não sai do lugar.
Ação é desconfortável. É vender palha italiana de porta em porta e ouvir "não". É vender cone trufado na rua. É passar uma única, mas inesquecível, tarde vendendo bala no semáforo e ver a decepção no rosto dos seus pais, que queriam mais para você. Ação é o que muda o jogo.
Eu canalizei toda a minha raiva e frustração em ação. Decidi que construiria minha própria realidade, tijolo por tijolo.
Não houve um grande golpe de sorte. Houve o tijolo de estudar marketing no sábado à noite. O tijolo de acordar mais cedo para preparar os doces. O tijolo de cada venda, de cada "sim" depois de dez "nãos". Cada pequena ação era um tijolo a mais no muro que eu estava construindo entre mim e o futuro medíocre que aquele ambiente me oferecia. Eu me tornei imparável, não porque eu era especial, mas porque eu tornei o progresso diário inegociável.
Hoje, cinco anos depois, com uma empresa que fatura múltiplos 7 dígitos, vejo as DMs que recebo e reconheço o mesmo padrão de pensamento que quase me engoliu:
“Pô, irmão, as coisas estão muito difíceis. Queria entrar em tal mercado, mas vejo que ele está saturando.”
“Como faço para iniciar? Já tentei de tudo e nada deu certo.”
A minha pergunta é sempre a mesma: você tentou de tudo mesmo? Ou você parou na primeira barreira e se convenceu de que era impossível? Com a chegada das IAs, o mercado não está se afunilando pela tecnologia, mas pelo comportamento. As pessoas se viciaram no fácil. Se um prompt não resolve, elas desistem. Meu Deus...
Para mim, isso é ótimo. Menos gente despreparada poluindo o mercado. Mas, como ser humano, eu me preocupo. É uma geração de mimimi para cá, mimimi para lá. Senta a bunda na cadeira, coloca uma meta e não para até alcançar, cacete.
Pare de se vitimizar e de achar que o mundo te deve algo. Ele não deve. Audite seu ambiente, corte as más influências e troque movimento por ação.
Ah, e sobre a frase que minha mãe me disse... Naquele tempo de rigidez, quando eu não entendia nada, ela olhou nos meus olhos e falou:
“Filho, o mundo está cheio de homens ricos que não valem nada. Seja, antes de tudo, um homem que vale muito. A riqueza será apenas uma consequência.”
Aquilo foi como uma ordem. E ordens não são cumpridas com desculpas. São cumpridas com ação.
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